O angico, Anadenanthera macrocarpa, é uma árvore nativa de diversas regiões da América do Sul. Conhecida por sua madeira resistente e floração vistosa, esta planta também possui um longo histórico de uso na medicina tradicional. Suas cascas e sementes são as partes mais utilizadas. Diversas comunidades empregam o angico para tratar uma variedade de condições de saúde. O conhecimento sobre suas propriedades é passado entre gerações.
Nomes Populares do Angico
- Angico, angico-vermelho, angico-branco, angico-preto (português)
- Anchico, cebil, curupay (español)
Propriedades Medicinais do Angico
A casca do angico contém compostos bioativos. Estes compostos conferem à planta suas propriedades medicinais. Estudos indicam a presença de taninos, alcaloides e flavonoides. Estas substâncias podem ter efeitos terapêuticos no organismo. A pesquisa científica busca validar os usos tradicionais. Compreender a composição química é fundamental.
Ação Adstringente e Anti-inflamatória
Uma das propriedades mais conhecidas do angico é sua ação adstringente. Esta propriedade é útil no tratamento de feridas e inflamações. Os taninos presentes na casca contribuem para este efeito. Eles ajudam a contrair os tecidos. Isso pode auxiliar na cicatrização. A ação anti-inflamatória também é relevante.
Potencial Antimicrobiano
Algumas pesquisas sugerem que o angico possui atividade antimicrobiana. Extratos da casca podem inibir o crescimento de certos microrganismos. Esta propriedade pode ser importante para combater infecções. Mais estudos são necessários para confirmar estes efeitos. A aplicação em produtos fitoterápicos é uma possibilidade.
Benefícios Tradicionais do Angico
Historicamente, o angico é empregado para tratar problemas respiratórios. Tosse, bronquite e resfriados estão entre as indicações. O chá da casca é uma forma comum de uso. Acredita-se que ele ajude a aliviar a congestão. Sua ação expectorante pode facilitar a eliminação do muco.
Uso em Problemas Gastrointestinais
O angico também é usado tradicionalmente para tratar diarreia. A propriedade adstringente da casca pode ajudar a reduzir a perda de líquidos. Algumas culturas o utilizam para aliviar dores de estômago. No entanto, é preciso cautela com o uso interno. A dosagem correta é essencial.
Aplicação Tópica
Externamente, o angico é aplicado em feridas e úlceras cutâneas. A decocção da casca pode ser usada para lavar lesões. Sua ação adstringente e potencial antimicrobiano são benéficos neste caso. Compressas com o chá também são comuns. O uso tópico parece ser mais seguro.
Preparo e Propriedades do Chá de Angico
O chá de angico é geralmente feito a partir da casca seca. A decocção é o método mais comum de preparo. Ferve-se a casca em água por alguns minutos. A proporção de casca para água varia. É importante usar casca de fontes confiáveis. A higiene no preparo é crucial.
Como Preparar o Chá
Para preparar o chá, utilize cerca de 10 a 20 gramas de casca seca. Adicione a casca a um litro de água. Leve a mistura ao fogo e ferva por aproximadamente 10 a 15 minutos. Após ferver, retire do fogo e deixe amornar. Coe antes de consumir para remover os pedaços da casca.
Propriedades Atribuídas ao Chá
O chá é considerado adstringente e expectorante. Tradicionalmente, é consumido para aliviar sintomas de gripes e resfriados. Também pode ser usado como gargarejo para dores de garganta. Algumas pessoas o utilizam para auxiliar na digestão. Sempre consulte um profissional de saúde antes de usar.
Considerações Importantes e Precauções
Apesar dos usos tradicionais, o angico exige cautela. A segurança do uso interno não é totalmente estabelecida. Alguns compostos na planta podem ser tóxicos em altas doses. A automedicação com angico não é recomendada. É fundamental buscar orientação médica.
Interações e Efeitos Colaterais
Não há muitos estudos sobre interações medicamentosas do angico. Pessoas com condições de saúde preexistentes devem ter cuidado. Mulheres grávidas ou amamentando devem evitar o uso. Efeitos colaterais como irritação gástrica podem ocorrer. A pureza e origem da casca são importantes.
Sustentabilidade e Coleta
A coleta sustentável da casca de angico é vital. A extração excessiva pode prejudicar as populações da árvore. É importante obter materiais de fontes responsáveis. A preservação das espécies vegetais é uma preocupação. O uso consciente garante a disponibilidade futura.
Pesquisa Científica sobre Angico

Árvore de angico (Anadenanthera macrocarpa)
A ciência tem investigado as propriedades do angico. Estudos fitoquímicos identificam os componentes ativos. Pesquisas farmacológicas avaliam seus efeitos em modelos de laboratório. A validação dos usos tradicionais é um objetivo. A pesquisa pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos.
Estudos Fitoquímicos
Análises fitoquímicas da casca de Anadenanthera macrocarpa revelam a presença de taninos condensados. Também são encontrados flavonoides como a quercetina. Alcaloides como a bufotenina podem estar presentes em outras partes. A concentração dos compostos varia. Fatores ambientais influenciam a composição.
Estudos Farmacológicos
Alguns estudos exploram a atividade antioxidante do angico. Outros investigam seus efeitos sobre o sistema imunológico. A pesquisa sobre sua ação cicatrizante continua. Modelos animais são frequentemente usados nestes estudos. Os resultados iniciais são promissores.
O Angico na Cultura Popular
Além de seus usos medicinais, o angico tem importância cultural. É mencionado em lendas e contos populares. Sua beleza e imponência são valorizadas. A madeira é usada na construção civil e marcenaria. A árvore faz parte da paisagem de diversas regiões brasileiras.
Importância Ecológica
O angico desempenha um papel ecológico. Suas flores atraem polinizadores. As sementes servem de alimento para animais. A árvore contribui para a biodiversidade. Sua presença ajuda a manter o equilíbrio dos ecossistemas. A conservação das florestas é fundamental.