Valeriana officinalis L. / Valeriana, conhecida popularmente como valeriana, erva-dos-gatos e valeriana-das-boticas, é uma planta herbácea perene pertencente à família Caprifoliaceae, anteriormente classificada como Valerianaceae. Descrita por Carl Linnaeus em 1753, esta espécie é nativa da Europa e de algumas regiões da Ásia, tendo-se naturalizado em diversas partes do mundo devido ao seu vasto uso medicinal. A valeriana é reconhecida principalmente pelas suas propriedades sedativas e ansiolíticas, sendo a raiz e o rizoma as partes mais utilizadas na fitoterapia. O seu uso remonta à Grécia Antiga, onde era empregada para tratar a insónia e o nervosismo, e o seu nome deriva do latim valere, que significa “ser saudável” ou “ser forte”.
A raiz de valeriana possui um odor característico e forte, que é atribuído à presença de ácidos isovaléricos e outros compostos voláteis. Este odor, embora desagradável para os humanos, é notoriamente atrativo para os gatos, o que lhe confere o nome popular de erva-dos-gatos. A eficácia da valeriana no tratamento de distúrbios do sono e da ansiedade tem sido objeto de intensa investigação científica, com a identificação de compostos ativos como os ácidos valerênicos e os valepotriatos.
Estes compostos interagem com o sistema nervoso central, promovendo o relaxamento e melhorando a qualidade do sono sem os efeitos colaterais comuns de muitos sedativos sintéticos. A monografia da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reconhece o seu uso para o alívio de sintomas leves de tensão nervosa e distúrbios do sono, consolidando a sua importância na medicina herbal moderna.
Nomes Populares e Internacionais da Valeriana
- Português: valeriana, valeriana-das-boticas (PT); erva-dos-gatos, valeriana-comum, valeriana-oficial (BR).
- Espanhol: valerian, hierba de los gatos, valeriana oficinal.
- Inglês: valerian, common valerian, garden heliotrope, all-heal.
- Francês: valériane, valériane officinale, herbe aux chats.
- Italiano: valeriana, valeriana comune, erba gatta.
- Alemão: Echter Baldrian, Baldrian, Katzenkraut.
Sinónimos Botânicos da Valeriana
O nome aceite para a espécie é Valeriana officinalis L., mas a planta apresenta uma complexa taxonomia devido à sua ampla distribuição e variação morfológica, o que levou à descrição de diversas subespécies e variedades. O termo Valeriana é por vezes usado para designar um complexo de espécies morfologicamente semelhantes. Na literatura científica e farmacopeias, podem ser encontrados alguns sinónimos botânicos, embora Valeriana officinalis L. seja o nome preferencialmente utilizado. A confusão taxonómica deve-se em parte à existência de outras espécies do género com propriedades medicinais semelhantes, como Valeriana edulis e Valeriana wallichii, que são por vezes utilizadas como substitutos ou adulterantes.
Apesar da complexidade, a maioria dos produtos fitoterapêuticos comercializados na Europa e América do Norte utiliza a raiz de Valeriana officinalis L. ou extratos padronizados derivados desta espécie. A identificação correta da espécie é crucial para garantir a segurança e eficácia do produto, uma vez que a composição fitoquímica pode variar significativamente entre as espécies. A Farmacopeia Europeia estabelece critérios rigorosos para a identificação e o teor de constituintes ativos na droga vegetal, focando-se principalmente no teor de ácidos valerênicos. A padronização é essencial para a realização de estudos clínicos consistentes e para a garantia da qualidade do medicamento herbal.
- Valeriana baltica Pleijel,
- Valeriana capitata Pall. ex Link
- Valeriana collina Wallr
- Valeriana exaltata Mikan
- Valeriana luchenensis S.L.Liou & A.E.Boriss
- Valeriana nitida Kreyer
- Valeriana palustris Kreyer
- Valeriana procurrens Wallr
- Valeriana sambucifolia Mikan
- Valeriana spryginii P.A.Smirn
- Valeriana tenuifolia Vahl
- Valeriana turuchanica P.A.Smirn
Família Botânica: Caprifoliaceae

Ilustração botânica de Valeriana officinalis L. (valeriana, valeriana-das-boticas, erva-dos-gatos), erva perene da família Caprifoliaceae, nativa da Europa e sudoeste da Ásia, descrita por Carl Linnaeus em 1753, mostrando detalhadamente o rizoma e as raízes fibrosas, que são as partes mais importantes da planta devido à concentração de compostos bioativos como os ácidos valerênicos e valepotriatos, em estilo de enciclopédia botânica do século XIX sobre fundo de papel de herbário.
A Valeriana officinalis pertence à família Caprifoliaceae, anteriormente conhecida como Valerianaceae. Esta família é composta por cerca de 860 espécies distribuídas em 42 géneros, incluindo arbustos, árvores e ervas. As plantas desta família são conhecidas pelas suas flores tubulares e frutos em forma de baga ou cápsula. A reclassificação taxonómica da valeriana para a família Caprifoliaceae ocorreu com base em estudos filogenéticos moleculares que demonstraram uma relação mais próxima com géneros como Lonicera (madressilva) e Sambucus (sabugueiro). Muitas espécies da família Caprifoliaceae possuem importância ornamental e medicinal, sendo a valeriana um dos exemplos mais proeminentes devido às suas propriedades terapêuticas.
Características da Família
A família é caracterizada por flores geralmente vistosas e frutos variados, incluindo bagas e cápsulas. Esta família é composta por arbustos, árvores e, mais frequentemente, plantas herbáceas, distribuídas principalmente nas regiões temperadas do Hemisfério Norte. A Caprifoliaceae é conhecida por incluir plantas com flores ornamentais e algumas espécies com importância medicinal. A reclassificação baseou-se em análises genéticas que demonstraram uma relação evolutiva próxima entre os membros da antiga Valerianaceae e a Caprifoliaceae, resultando na sua fusão.
A Valeriana, como membro desta família, partilha características botânicas como as folhas pinadas e as pequenas flores agrupadas em inflorescências terminais. A sua inclusão na Caprifoliaceae reflete uma compreensão mais precisa das relações evolutivas dentro do reino vegetal. Outros membros notáveis da família incluem o sabugueiro (Sambucus) e a madressilva (Lonicera). A família Caprifoliaceae é quimicamente diversa, produzindo glicosídeos iridoides, saponinas e óleos essenciais, o que contribui para as propriedades medicinais de muitas das suas espécies. A raiz de valeriana, em particular, é rica em iridoides do tipo valepotriato, que são compostos instáveis e termolábeis, cuja degradação origina o característico odor da planta.
Partes Utilizadas da Valeriana
A fitoterapia utiliza primariamente as partes subterrâneas da Valeriana officinalis, que são a principal fonte dos seus compostos bioativos. A colheita é geralmente realizada no outono, quando a concentração de constituintes ativos, como os ácidos valerênicos, atinge o seu pico. A raiz e o rizoma são submetidos a processos de secagem e, por vezes, de fermentação, que influenciam a composição química final do material vegetal. A forma de preparação e o solvente de extração utilizados determinam a concentração e a estabilidade dos compostos, sendo os extratos hidroalcoólicos os mais comuns em produtos padronizados.
- Raiz (Radix)
- Rizoma
- Extratos secos e fluidos (padronizados em ácidos valerênicos)
- Tinturas
- Óleo essencial (obtido por destilação a vapor da raiz e rizoma)
Usos Etnobotânicos e Tradicionais da Valeriana
O uso da valeriana como planta medicinal tem uma longa história, remontando a séculos. Na Grécia Antiga, Hipócrates e Galeno já a prescreviam para o tratamento da insónia. Durante a Idade Média, era considerada um “cura-tudo” (all-heal), sendo utilizada para uma vasta gama de maleitas, desde a epilepsia até à dor de cabeça. O seu uso como sedativo e ansiolítico consolidou-se na Europa, sendo amplamente utilizada para acalmar os nervos e promover o sono. A tradição popular também a empregava para aliviar cólicas menstruais e dores musculares. O seu uso tradicional é reconhecido pela EMA para o alívio de sintomas leves de stress mental e para auxiliar o sono.
- Ansiedade e nervosismo
- Distúrbios do sono e insónia
- Dores de cabeça e enxaquecas
- Espasmos gastrointestinais
- Estresse
- Histeria e ataques de pânico
- Irritabilidade e agitação
- Palpitações cardíacas de origem nervosa
- Síndrome das pernas inquietas
- Tensão nervosa e stress mental leve
Propriedades Terapêuticas da Valeriana
As propriedades terapêuticas da valeriana são predominantemente atribuídas à sua capacidade de modular o sistema nervoso central, principalmente através da interação com o recetor GABA-A. O ácido valerênico, um dos seus principais constituintes, demonstrou inibir a degradação do GABA (ácido gama-aminobutírico), o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, resultando num efeito calmante. Além disso, a valeriana possui outras atividades farmacológicas que contribuem para o seu perfil terapêutico. A sua ação é gradual e não imediata, o que justifica a recomendação de uso contínuo por algumas semanas para se obter o efeito terapêutico completo, especialmente no tratamento da insónia crónica.
- Ansiolítico (reduz a ansiedade e a tensão nervosa)
- Antiespasmódico (alivia espasmos musculares e cólicas)
- Anticonvulsivante (pode ajudar a prevenir convulsões)
- Hipnótico (induz o sono)
- Miorrelaxante (promove o relaxamento muscular)
- Neuroprotetor (protege as células nervosas)
- Sedativo (acalma o sistema nervoso)
- Tranquilizante (reduz a tensão e agitação)
Perfil Fitoquímico Detalhado da Valeriana
A complexidade do perfil fitoquímico da Valeriana officinalis é a razão pela qual o seu mecanismo de ação não pode ser atribuído a um único composto, mas sim a uma sinergia de várias classes de substâncias. Mais de 150 constituintes químicos foram identificados na raiz de valeriana. Os principais grupos de compostos incluem os sesquiterpenos, os iridoides e os flavonoides.
A concentração destes compostos varia consoante a origem geográfica, o método de cultivo, a época de colheita e o processo de secagem e extração. A padronização dos extratos é feita geralmente com base no teor de ácidos valerênicos, que são considerados os marcadores de qualidade e eficácia.
- Ácido gama-aminobutírico (GABA)
- Ácidos fenólicos
- Ácido isovalérico
- Ácido valerênico
- Alcalóides (actinidina, chatinina, valerianina, valerina)
- Flavonóides (apigenina, hesperidina, linarina)
- Iridóides (valepotriatos, valtrato, didrovaltrato)
- Lignanas (pinoresinol, hidroxipinoresinol)
- Monoterpenos (borneol, acetato de bornila)
- Óleos essenciais (0,5-2,0%)
- Outros aminoácidos (glutamina, arginina)
- Sesquiterpenos (ácido valerênico, ácido hidroxivalerênico, ácido acetoxivalerênico)
- Triterpenos (ácido ursólico)
Formas de Preparo e Administração da Valeriana
A valeriana pode ser administrada de diversas formas, sendo a escolha dependente da finalidade terapêutica e da preferência do paciente. A infusão e a decocção são as formas tradicionais de uso, mas os extratos padronizados em cápsulas ou comprimidos são preferidos na fitoterapia clínica devido à dosagem precisa dos constituintes ativos. A raiz de valeriana deve ser manuseada com cuidado devido ao seu odor forte. O óleo essencial, embora menos comum, é por vezes utilizado em aromaterapia ou como aditivo em banhos relaxantes. A EMA reconhece o uso da substância vegetal cominuída (chá) e de vários extratos (secos, líquidos, tinturas) para uso oral.
- Cápsulas e Comprimidos (com extrato seco padronizado)
- Decocção (para a raiz)
- Extrato Fluido
- Extrato Seco
- Infusão (com a raiz cominuída)
- Tintura (extrato hidroalcoólico)
Sinergia com Outras Plantas Medicinais
A valeriana é frequentemente combinada com outras plantas com propriedades sedativas e ansiolíticas para potenciar os seus efeitos e alargar o espectro de ação. Esta sinergia permite o uso de doses mais baixas de cada planta, minimizando o risco de efeitos colaterais. A combinação de valeriana com plantas que atuam por diferentes mecanismos de ação, como a modulação do GABA e a ação sobre os recetores de serotonina, pode resultar num efeito terapêutico mais completo e eficaz no tratamento de distúrbios do sono e da ansiedade. A fitoterapia moderna valoriza estas combinações para otimizar os resultados clínicos.
Ansiedade e Insónia
A valeriana (Valeriana officinalis) frequentemente é combinada com outras plantas sedativas e ansiolíticas para potenciar seus efeitos. A sinergia com a passiflora (Passiflora incarnata) e a camomila (Matricaria chamomilla) é particularmente eficaz no tratamento de distúrbios do sono e estados de nervosismo. A valeriana atua nos receptores GABA, enquanto a passiflora contribui com alcalóides harmala e a camomila com apigenina, criando um efeito calmante sinérgico que pode ser uma alternativa aos sedativos sintéticos.
Estresse e Tensão Nervosa
Para o alívio do estresse e da tensão nervosa, a valeriana pode ser associada à erva-cidreira (Melissa officinalis) e ao lúpulo (Humulus lupulus). A erva-cidreira possui propriedades relaxantes e o lúpulo contém compostos com ação sedativa, complementando os efeitos da valeriana. Esta combinação é útil para promover um estado de relaxamento sem causar sonolência excessiva durante o dia.
Valeriana e Erva-Cidreira (Melissa officinalis)
A erva-cidreira é valorizada pelas suas propriedades ansiolíticas e carminativas. A sua combinação com a valeriana é ideal para pacientes que apresentam ansiedade associada a distúrbios gastrointestinais, como espasmos e flatulência. Os óleos essenciais da erva-cidreira, ricos em citral e citronelal, proporcionam um efeito calmante adicional e um sabor mais agradável à infusão, mascarando o odor forte da valeriana. Esta sinergia é benéfica para o alívio do stress e da tensão nervosa que se manifestam fisicamente no sistema digestivo.
Valeriana e Lúpulo (Humulus lupulus)
O lúpulo, conhecido pelos seus cones utilizados na produção de cerveja, possui propriedades sedativas que se complementam com as da valeriana. Os ácidos amargos do lúpulo, como a lupulina, têm um efeito calmante que, em sinergia com os ácidos valerênicos, é particularmente eficaz para induzir o sono. A combinação é frequentemente utilizada em produtos comerciais para o sono, sendo o lúpulo um excelente coadjuvante para a valeriana, especialmente em casos de agitação e dificuldade em adormecer.
Valeriana e Passiflora (Passiflora incarnata)
A combinação de valeriana e passiflora é um dos protocolos mais comuns para o tratamento da insónia e da ansiedade. Enquanto a valeriana atua principalmente através do sistema GABAérgico, a passiflora contém flavonoides, como a crisina, que também demonstraram afinidade pelos recetores GABA-A. Esta dupla ação sedativa e ansiolítica proporciona um relaxamento mais profundo e uma melhoria significativa na latência e na qualidade do sono. A passiflora também contribui com um efeito antiespasmódico, útil para a tensão muscular associada ao stress.
Receitas e Protocolos de Uso da Valeriana

Ilustração botânica em estilo de enciclopédia do século XIX mostrando cena de preparação de infusão de Valeriana officinalis (valeriana), com xícara de porcelana contendo chá dourado, raízes secas de valeriana, mel em pequeno recipiente e rodela de limão, dispostos harmoniosamente sobre fundo de papel de herbário.
O uso da valeriana deve ser consistente e prolongado para se obter o máximo benefício, especialmente para distúrbios crónicos do sono. As preparações devem ser consumidas preferencialmente à noite, cerca de 30 minutos a uma hora antes de deitar. A dosagem deve ser ajustada individualmente, começando pela dose mínima eficaz e aumentando gradualmente, se necessário, sob orientação de um profissional de saúde. É importante notar que a valeriana não deve ser usada para o tratamento agudo de insónia, mas sim como um tratamento de suporte a longo prazo.
Banho Relaxante com Raiz de Valeriana
Ingredientes: 100 gramas de raiz de valeriana cominuída, água quente.
Preparação: Colocar a raiz num saco de tecido e suspendê-lo na água da banheira. Encher a banheira com água a uma temperatura entre 34-37°C. Permanecer no banho por 10 a 20 minutos. Este uso tradicional é reconhecido pela EMA como aditivo de banho para o alívio de sintomas leves de stress mental. É importante que a água não esteja muito quente para evitar a degradação dos compostos voláteis. Este método é contraindicado em casos de feridas abertas ou doenças agudas da pele.
Cápsulas de Extrato Seco para Distúrbios do Sono
Ingredientes: Extrato seco de raiz de valeriana (400-600 mg), padronizado em ácidos valerênicos.
Protocolo: Tomar uma cápsula (400-600 mg) meia a uma hora antes de deitar. A dose máxima diária recomendada pela EMA para o uso bem estabelecido é de 4 doses únicas. O tratamento deve ser continuado por 2 a 4 semanas para se obter o efeito terapêutico completo. Esta forma é a mais utilizada em ensaios clínicos e é ideal para quem não tolera o sabor da infusão.
Infusão para Insónia Crónica
Ingredientes: 1 a 3 gramas de raiz de valeriana cominuída, 150 ml de água a ferver.
Preparação: Colocar a raiz de valeriana numa chávena e adicionar a água a ferver. Tapar e deixar em infusão por 10 a 15 minutos. Coar e beber. Não é recomendado ferver a raiz, pois o calor excessivo pode degradar os valepotriatos. Consumir uma chávena 30 minutos a uma hora antes de deitar. Para casos de stress mental leve, pode-se consumir até 3 vezes ao dia. O sabor pode ser melhorado com a adição de mel ou erva-cidreira.
Tintura Padronizada Para Ansiedade
Ingredientes: Tintura de Valeriana officinalis (relação droga-extrato 1:5, solvente etanol 60-80% V/V).
Protocolo: Tomar 1 a 3 ml da tintura diluída em um pouco de água, até 3 vezes ao dia, para o alívio de sintomas leves de tensão nervosa. Para auxiliar o sono, tomar uma dose adicional 30 minutos a uma hora antes de deitar. A tintura é uma forma de administração que garante uma dosagem mais consistente dos compostos ativos, sendo preferida por muitos fitoterapeutas. A dosagem deve seguir as recomendações do fabricante ou do profissional de saúde.
Terapias Associadas à Valeriana
A valeriana pode ser integrada em diversas abordagens terapêuticas complementares, potencializando os seus efeitos e tratando as causas subjacentes dos distúrbios do sono e da ansiedade. A sua ação no sistema nervoso central torna-a um excelente coadjuvante em terapias que visam o reequilíbrio emocional e a redução do stress. A combinação de fitoterapia com outras modalidades terapêuticas é uma abordagem holística que visa o bem-estar integral do paciente.
Aromaterapia
O óleo essencial de valeriana, embora com um odor intenso e terroso, é utilizado em aromaterapia pelas suas propriedades sedativas. A inalação do óleo, diluído em difusores ou em massagens, pode promover um relaxamento profundo e auxiliar na indução do sono. É frequentemente combinado com óleos essenciais mais agradáveis, como o de lavanda ou camomila, para melhorar a aceitação. A aromaterapia com valeriana é particularmente útil para a redução da ansiedade e da tensão nervosa antes de deitar.
Fitoterapia Clínica
Na fitoterapia clínica, a valeriana é um dos pilares no tratamento de distúrbios do sono e da ansiedade. É prescrita sob a forma de extratos padronizados, garantindo a concentração de ácidos valerênicos. O tratamento é individualizado, considerando a gravidade dos sintomas, a presença de outras condições médicas e o uso de outros medicamentos. A fitoterapia clínica utiliza a valeriana como alternativa ou complemento aos ansiolíticos e hipnóticos sintéticos, com um perfil de segurança mais favorável para o uso a longo prazo.
Homeopatia
Na homeopatia, a valeriana é um remédio que se utiliza para tratar estados de nervosismo, hipersensibilidade e insónia, especialmente quando associados a agitação e espasmos musculares. O remédio homeopático é preparado a partir da tintura-mãe da raiz fresca, seguindo o processo de diluição e dinamização. É frequentemente indicado para pacientes com hipersensibilidade sensorial e emocional, que apresentam flutuações de humor e dificuldade em relaxar. A homeopatia utiliza a valeriana em potências variadas, dependendo da cronicidade e da natureza dos sintomas.
O óleo essencial de valeriana, extraído das raízes, é utilizado em aromaterapia pelas suas propriedades relaxantes e sedativas. A inalação do aroma, através de difusores ou massagens diluídas em óleo vegetal, pode ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a promover um sono tranquilo. É frequentemente combinado com óleos essenciais de lavanda ou bergamota para criar sinergias que amplificam os efeitos calmantes.
Contraindicações e Efeitos Colaterais da Valeriana
A valeriana é geralmente considerada segura quando utilizada nas doses terapêuticas recomendadas. No entanto, como qualquer medicamento herbal, possui contraindicações e pode causar efeitos colaterais em alguns indivíduos. A segurança da valeriana tem sido extensivamente estudada, e a EMA fornece diretrizes claras sobre o seu uso seguro. É fundamental que os pacientes informem o seu médico ou farmacêutico sobre o uso de valeriana, especialmente se estiverem a tomar outros medicamentos ou se tiverem condições médicas preexistentes.
Contraindicações
A principal contraindicação é a hipersensibilidade conhecida à substância ativa ou a qualquer um dos seus excipientes. O uso em crianças menores de 12 anos não é recomendado para o uso bem estabelecido, devido à falta de dados de segurança e eficácia nesta faixa etária. O uso como aditivo de banho é contraindicado em casos de feridas abertas, grandes lesões cutâneas, doenças agudas da pele, febre alta, infeções graves, distúrbios circulatórios graves e insuficiência cardíaca.
- Cirurgias: Recomenda-se suspender o uso de valeriana pelo menos duas semanas antes de qualquer cirurgia devido ao seu potencial efeito sedativo e interações com anestésicos.
- Crianças Pequenas: Não deve ser administrada a crianças com menos de três anos de idade, e em crianças mais velhas, apenas sob orientação médica.
- Doença Hepática: Indivíduos com doença hepática devem usar com cautela e sob supervisão médica, devido ao potencial de hepatotoxicidade em casos raros.
- Gravidez e Amamentação: O uso de valeriana durante a gravidez e amamentação não é recomendado devido à falta de estudos conclusivos sobre sua segurança.
- Interação com Depressores do SNC: Evitar o uso concomitante com álcool, benzodiazepínicos, barbitúricos, opiáceos, kava ou anti-histamínicos, pois pode potenciar os efeitos sedativos e causar depressão excessiva do sistema nervoso central.
Efeitos Colaterais Comuns
Os efeitos colaterais da valeriana são geralmente leves e transitórios. Os mais comuns incluem sintomas gastrointestinais, como náuseas, cólicas abdominais e diarreia. Em alguns casos, pode ocorrer sonolência diurna, tonturas ou dor de cabeça, especialmente se a dose for muito alta ou se for combinada com outros sedativos. Reações de hipersensibilidade, como erupções cutâneas, são raras, mas possíveis. A ocorrência de efeitos colaterais deve levar à redução da dose ou à interrupção do tratamento.
Interações Medicamentosas
A valeriana pode potenciar o efeito de outros depressores do sistema nervoso central, incluindo o álcool, os barbitúricos, os benzodiazepínicos e os antidepressivos. Esta interação pode levar a um aumento da sedação e da sonolência, o que pode ser perigoso, especialmente ao conduzir ou operar máquinas. É crucial que os pacientes evitem o consumo de álcool durante o tratamento com valeriana e consultem um profissional de saúde antes de a combinar com qualquer outro medicamento que atue no SNC. A valeriana também pode interagir com medicamentos metabolizados pelo citocromo P450, embora a relevância clínica desta interação seja controversa.
- Cefaleia e Tontura: Dores de cabeça e tonturas são efeitos colaterais menos comuns, mas possíveis.
- Distúrbios Gastrointestinais: Náuseas, vómitos, cólicas abdominais e diarreia podem ocorrer em alguns indivíduos.
- Reações Alérgicas: Em casos muito raros, podem ocorrer reações alérgicas, como erupções cutâneas ou prurido.
- Sonolência Diurna: Embora rara, pode ocorrer sonolência excessiva durante o dia, especialmente com doses elevadas.
Dosagens e Protocolos Terapêuticos
A dosagem da valeriana depende da forma de preparação e da indicação terapêutica. A EMA distingue entre o uso bem estabelecido (baseado em ensaios clínicos) e o uso tradicional (baseado na experiência de longo prazo). As doses para o uso bem estabelecido são geralmente mais elevadas e padronizadas. Para o uso tradicional, as doses são mais flexíveis e baseadas na substância vegetal cominuída (chá). É importante seguir as recomendações de dosagem para garantir a eficácia e a segurança do tratamento. A duração do tratamento deve ser de 2 a 4 semanas para se obter o efeito terapêutico completo no caso de distúrbios do sono.
Dosagem para Tensão Nervosa Leve (Uso Bem Estabelecido)
A dose única recomendada é de 400 a 600 mg de extrato seco (DER 3-7:1, solvente etanol 40-70% V/V), administrada até 3 vezes ao dia. Esta dosagem é baseada em ensaios clínicos que demonstraram a eficácia do extrato padronizado no alívio dos sintomas de stress e nervosismo. O tratamento deve ser continuado por um período de tempo para se obter um efeito sustentado.
Dosagem para Distúrbios do Sono (Uso Bem Estabelecido)
A dose única recomendada é de 400 a 600 mg de extrato seco, tomada meia a uma hora antes de deitar. Uma dose adicional pode ser tomada durante a noite, se necessário. A valeriana não deve ser usada para o tratamento agudo de insónia, mas sim como um tratamento de suporte a longo prazo, com uma duração de 2 a 4 semanas para otimizar o efeito.
Dosagem para Chá/Infusão (Uso Tradicional)
Para o alívio de sintomas leves de stress mental e para auxiliar o sono, a dose única recomendada é de 0.3 a 3 gramas de raiz de valeriana cominuída em 150 ml de água a ferver, até 3 vezes ao dia. Para o sono, a dose deve ser tomada meia a uma hora antes de deitar. Esta dosagem é baseada no uso tradicional e é mais adequada para o consumo como tisana.
Cultivo e Colheita da Valeriana
A Valeriana officinalis é uma planta perene robusta, de fácil cultivo em climas temperados. Prefere solos húmidos e ricos em matéria orgânica, e tolera tanto o sol pleno como a sombra parcial. A planta é propagada por sementes ou por divisão do rizoma. O cultivo comercial é importante para garantir a qualidade e a sustentabilidade da matéria-prima, uma vez que a colheita selvagem pode levar à sobre-exploração. O controlo de qualidade do solo e das condições de cultivo é crucial para otimizar a produção de ácidos valerênicos e outros constituintes ativos.
Condições de Cultivo
A valeriana prospera em solos argilosos e bem drenados, com um pH ligeiramente ácido a neutro. A planta requer uma boa irrigação, especialmente durante os períodos de seca. A fertilização com composto orgânico pode melhorar o crescimento e a produção de biomassa. A planta atinge a maturidade para a colheita da raiz no segundo ou terceiro ano de cultivo. O controlo de pragas e doenças é geralmente feito com métodos orgânicos, evitando o uso de pesticidas que possam contaminar a raiz.
Colheita e Secagem
A colheita da raiz e do rizoma é realizada no outono, após a queda das folhas, quando a concentração de ácidos valerênicos é mais elevada. As raízes são desenterradas, lavadas cuidadosamente e cortadas em pedaços mais pequenos para facilitar a secagem. A secagem deve ser feita a baixas temperaturas (abaixo de 40°C) e em locais bem ventilados para evitar a degradação dos valepotriatos e a formação excessiva de ácido isovalérico, que contribui para o odor forte. A secagem inadequada pode comprometer a qualidade terapêutica da droga vegetal.
Investigação Científica e Mecanismos de Ação
A investigação científica sobre a valeriana tem-se focado principalmente na validação dos seus usos tradicionais para o sono e a ansiedade, e na elucidação dos seus mecanismos de ação. Embora os resultados dos ensaios clínicos sejam por vezes inconsistentes, a maioria dos estudos sugere um efeito positivo da valeriana, especialmente em extratos padronizados e em tratamentos a longo prazo. O principal mecanismo de ação envolve a modulação do sistema GABAérgico, mas outros mecanismos também contribuem para o seu efeito terapêutico.
Modulação do Recetor GABA-A
O ácido valerênico e a linarina, um flavonoide, demonstraram modular alostericamente o recetor GABA-A, de forma semelhante aos benzodiazepínicos, mas com um perfil de ligação diferente. Esta modulação aumenta a afinidade do GABA pelo seu recetor, resultando num aumento da inibição neuronal e num efeito sedativo e ansiolítico. A valeriana não se liga ao mesmo local de ligação que as benzodiazepínicos, o que explica o seu perfil de segurança mais favorável e a ausência de dependência e abstinência associadas aos fármacos sintéticos.
Interação com Recetores de Serotonina
Extratos de valeriana e o ácido valerênico demonstraram atuar como agonistas parciais dos recetores 5-HT5A, que estão envolvidos na regulação do ciclo sono-vigília. Esta interação pode contribuir para a melhoria da qualidade do sono e para a regulação do ritmo circadiano. A valeriana também pode inibir a recaptação de serotonina, o que pode contribuir para o seu efeito ansiolítico e antidepressivo leve. A complexidade dos seus mecanismos de ação sugere que a valeriana atua em múltiplos alvos no sistema nervoso central.
Efeitos Neuroprotetores
Estudos pré-clínicos sugerem que a valeriana e os seus constituintes podem ter efeitos neuroprotetores, promovendo a proliferação celular e a diferenciação de neuroblastos. O ácido valerênico demonstrou reduzir os níveis séricos de corticosterona, um marcador de stress, e melhorar a função cognitiva em modelos animais. Estes achados abrem novas perspetivas para o uso da valeriana no tratamento de distúrbios neurodegenerativos e cognitivos associados ao stress crónico.
Curiosidades e Fatos Históricos da Valeriana
Origem do Nome
O nome do género Valeriana deriva do latim valere, que significa “ser saudável” ou “ser forte”, uma referência às suas propriedades medicinais. O epíteto específico officinalis indica que a planta era reconhecida e utilizada nas farmácias e boticas tradicionais. A valeriana tem sido utilizada na medicina popular há mais de 2000 anos, sendo uma das plantas medicinais mais antigas e documentadas.
Atração Felina
A valeriana é famosa pela sua capacidade de atrair os gatos, que reagem à planta de forma semelhante à erva-gateira (Nepeta cataria). Esta atração é atribuída à presença de actinidina, um alcaloide piridínico que é um dos produtos de degradação dos valepotriatos. A actinidina atua como um feromónio felino, induzindo um estado de euforia e brincadeira nos gatos. Esta característica valeu-lhe o nome popular de erva-dos-gatos em várias línguas.
História e Uso Antigo
A valeriana tem uma longa história de uso medicinal que remonta à Grécia Antiga e Roma. Hipócrates, o “pai da medicina”, descreveu suas propriedades terapêuticas, e Galeno, um médico romano, prescreveu-a para insónia. Durante a Idade Média, foi utilizada para tratar nervosismo, dores de cabeça e palpitações. No século XVI, o herbalista inglês John Gerard recomendou-a para “todos os males”.
Uso Histórico na Guerra
Durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, a valeriana foi amplamente utilizada na Europa para tratar o “choque de combate” e a ansiedade dos soldados e civis, devido à escassez de medicamentos sintéticos. Era administrada sob a forma de tinturas e extratos para acalmar os nervos e promover o sono em tempos de grande stress e trauma. Este uso histórico reforça a sua reputação como um sedativo natural eficaz.
Perguntas Frequentes sobre o Chá de Valeriana
O Chá de Valeriana Causa Dependência?
Não, o chá de valeriana, quando usado nas doses recomendadas, não causa dependência física ou psicológica, ao contrário de muitos medicamentos sedativos sintéticos. A sua ação é gradual e não imediata, o que contribui para o seu perfil de segurança. O uso prolongado (2 a 4 semanas) é recomendado para se obter o efeito terapêutico completo, mas a interrupção do tratamento não está associada a sintomas de abstinência.
Qual é a Parte Mais Eficaz da Valeriana?
A raiz (radix) e o rizoma são as partes mais eficazes e utilizadas da Valeriana officinalis. É nestas partes subterrâneas que se concentra a maior quantidade de ácidos valerênicos e valepotriatos, os principais constituintes ativos responsáveis pelas propriedades sedativas e ansiolíticas da planta. A colheita deve ser feita no outono para maximizar a concentração destes compostos.
Quanto Tempo Demora a Valeriana a Fazer Efeito?
O tempo para a valeriana fazer efeito pode variar entre os indivíduos. Geralmente, os efeitos sedativos e ansiolíticos podem ser sentidos dentro de 30 minutos a 2 horas após a ingestão. Para distúrbios do sono, é aconselhável tomar a valeriana cerca de 30 a 60 minutos antes de deitar. Para o tratamento da ansiedade, o efeito terapêutico completo é geralmente observado após 2 a 4 semanas de uso contínuo. A ação gradual da valeriana é uma das suas características distintivas, sendo mais adequada para o tratamento de distúrbios crónicos do sono e da ansiedade.
A Valeriana Pode Ser Usada Durante o Dia?
Sim, a valeriana pode ser usada durante o dia para aliviar a ansiedade e o estresse, mas é importante estar ciente de que pode causar sonolência em algumas pessoas. Recomenda-se começar com uma dose baixa e observar a reação individual antes de usar durante atividades que exijam atenção, como dirigir ou operar máquinas. Para uso diurno, doses mais baixas são geralmente preferíveis.
A Valeriana Pode Ser Usada Por Crianças?
O uso de extratos de valeriana em crianças menores de 12 anos não é recomendado pela EMA para o uso bem estabelecido, devido à falta de dados de segurança e eficácia. Para o uso tradicional, a EMA também não recomenda o uso em crianças menores de 12 anos. O uso em crianças deve ser feito apenas sob estrita orientação e supervisão de um profissional de saúde qualificado, que avaliará a relação risco-benefício.
A Valeriana Interage Com Outros Medicamentos?
Sim, a valeriana pode potenciar o efeito de outros depressores do sistema nervoso central, como o álcool, os benzodiazepínicos e os antidepressivos, aumentando a sedação e a sonolência. É fundamental consultar um médico ou farmacêutico antes de a combinar com qualquer outro medicamento que atue no SNC. A combinação com álcool deve ser evitada.
Existem Interações Medicamentosas Importantes?
Sim, a valeriana pode interagir com certos medicamentos. É crucial evitar o uso concomitante com depressores do sistema nervoso central, como sedativos, ansiolíticos, antidepressivos e álcool, pois pode potenciar seus efeitos e causar sonolência excessiva. Também pode interagir com anticoagulantes, aumentando o risco de hemorragias. Sempre consulte um médico ou farmacêutico antes de combinar valeriana com outros medicamentos.
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